Brasil deve registrar 61 mil novos casos este ano; índice de morte é de um homem a cada 40 minutos
O que será que Robert de Niro, Ben Stiller, Jayme Monjardim e Martilho de Vila têm em comum?
Além de serem pessoas públicas e figurinhas carimbadas no meio artístico, todos eles conseguiram dar a volta por cima depois de serem acometidos por um dos tipos de câncer que mais afetam os homens: o de próstata.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), são mais de 14 mil mortes anuais em função da doença, o que representa uma a cada 40 minutos.
O organismo também estima que as estatísticas para este ano devem registrar 61 mil novos casos.
Apesar do grande número de casos, a prevenção e o tratamento precoce podem salvar a vida da maior parte dos pacientes.
O mês de novembro é o período do ano em que as autoridades da área da saúde fazem ações de conscientização para alertar os homens sobre a doença.
De acordo com o médico e professor de urologia da Universidade de São Paulo (USP), Joaquim de Almeida Claro, o câncer de próstata é o que mais mata homens.

O câncer de próstata é uma doença assintomática e, portanto, silenciosa. Isso acontece porque o paciente pode não ter sintoma nenhum, diferente por exemplo do homem que tem o crescimento benigno da próstata. Nesse tipo de doença, há vários sintomas, como dificuldade para urinar, aumento da frequência urinária etc.
Mesmo diante da ausência de sintomas que possam identificar a doença, as chances de cura têm sido muito maiores do que as de morte. Isso, quando a doença é descoberta em estágio inicial.
Importância do diagnóstico precoce
Na avaliação do Dr. Joaquim Claro, um dos responsáveis por esse avanço é a medição dos níveis de PSA, hormônio produzido pela próstata que, quando elevado, pode identificar a ocorrência de câncer.
“Antes do PSA e também quando o Brasil não tinha serviços de ponta, 80% dos cânceres de próstata eram avançados e o tratamento, paliativo. Hoje, 80% são diagnosticados de forma precoce”, avalia.
O professor acrescenta que a descoberta precoce permite que os pacientes tenham a disposições dois tipos de tratamento 100% eficazes: a radioterapia ou a cirurgia para a retirada da próstata.
Importância do toque retal
Joaquim Claro esclarece, porém, que o PSA não é o único aliado no diagnóstico da doença e deve ser acompanhado de outros dois exames. “É uma tríade de três investigações: o PSA, a ultrassonografia e principalmente o toque retal”, completa Edson Homem.
E, se ainda há preconceito dos homens que se submeterem ao toque retal, o urologista acredita na diminuição do receio e aponta a conscientização como principal motivo.
A prevenção deve começar a partir dos 40 anos – idade indicada para o início dos exames, que devem ser repetidos a cada 12 meses.

Outra ação preventiva é investigar o fator hereditário. No caso de o pai, avô ou outros parentes consanguíneos do paciente tiverem tido a doença, a probabilidade dobra.
Sequelas e tratamento
As chances de sequela são relativamente baixas, após a realização dos tratamentos, conforme aponta o médico. No caso da incontinência urinária, a probabilidade é de 4%.
As chances de disfunção erétil, por outro lado, variam diretamente de acordo com a idade e mais diretamente ainda conforme a experiência do centro onde a cirurgia foi realizada.
Dos pacientes operados com menos de 55 anos de idade, as chances de disfunção erétil são da ordem de 30%. Já para os pacientes com mais de 65 anos, a probabilidade é de 60% a 65%.
O médico esclarece, porém, que os problemas de disfunção são plenamente tratáveis.
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