terça-feira, novembro 08, 2016

Mesmo com inflação e Selic menores, é preciso ter cautela neste fim de ano


As estimativas do governo em relação à economia ainda são cautelosas. A projeção para a inflação, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou mantida em 6,88% para este ano – ainda considerada alta.

Embora a expectativa de inflação para 2017 tenha caído de 5% para 4,94% e a economia tenha dado sinais de recuperação, os especialistas aconselham que as pessoas tenham cautela nos gastos de final de ano.

O blog entrevistou a docente da área de Gestão e Negócios do Senac Guaratinguetá, Cecília Aparecida Bento, que fala da necessidade de precaução em relação a gastos extras neste período do ano, em que tradicionalmente as despesas são maiores.


“A retomada da economia é algo inevitável, conforme mostram as projeções, mas para que a essa expectativa seja positiva devemos ter cautela em aquisições ou em quaisquer gastos, principalmente os a longo prazo”, orienta.

A expectativa é que a Selic chegue ao patamar de 13,50% ao ano no final de 2016. Hoje, esse índice é de 14% ao ano.

Para a docente do Senac, a redução da Selic e a diminuição da inflação favorecem o crescimento econômico, criando estímulos para a obtenção de crédito. Ela ressalta que essas alterações nos índices fortalecem as empresas com novas perspectivas financeiras e a possibilidade de novos empreendimentos. “Resultará na geração de mão de obra”, explica.

A dinâmica econômica se mantém graças à relação entre compra e venda de produtos e serviços, envolvendo as empresas e famílias.

Ainda que as previsões de recuperação da economia sejam um tanto otimistas, os setores de comércio também devem agir com cautela, segundo a especialista.

“De acordo com as projeções, as perspectivas para as vendas de Natal não são positivas. Acredita-se que a maior movimentação será voltada para brinquedos e roupas infantis, como há de se esperar nesta data, e produtos de beleza”, justifica.

Ainda de acordo com a docente do Senac, as projeções apontam que os consumidores estão cientes e cautelosos em relação à crise e aos índices de desemprego.

Em meio à crise, muitas empresas têm reduzido os preços dos produtos. Cecília explica, porém, que esse tipo de redução depende de vários fatores. “Muitas empresas modificam seu produto quanto ao tamanho, à quantidade etc. Há também o corte de custos e a alteração de processos”, salienta.


O Natal chegou e estou sem emprego. O que fazer?

Com a adoção desse tipo de estratégia, é possível que a empresa consiga ser competitiva, mesmo em épocas de crise.

Mesmo diante da possibilidade de recuperação da economia – ainda que de forma tímida – é importante que tanto as empresas como as famílias saibam planejar seus gastos.

Afinal, a expectativa do governo é que a retomada do crescimento econômico só deverá se concretizar a partir do final do ano que vem.

O número de desempregados no Brasil atingiu 12 milhões em setembro, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua).

Quem ficou desempregado recentemente ainda deve ter reservas econômicas, que precisam ser utilizadas com cuidado.

A professora do Senac ensina como essas pessoas devem fazer para equilibrar os gastos até que encontrem uma nova colocação profissional.

Nos momentos de entrada de grande quantidade de capital é preciso manter o discernimento. Cecília orienta a classificar os gastos mensais como “custos fixos” e despesas.

“Todas as saídas referentes às necessidades básicas da família e que possuírem um valor mais ou menos previstos devem ser classificadas como custos fixos. Exemplos destes gastos são um possível aluguel, as contas de energia elétrica, alimentação, etc”, explica.

Segundo a docente, todo desembolso que não pode ser classificado como fixo é classificado como despesas, que podem e devem ser cortadas.

Ainda segundo a professora, o custo fixo deve ser o mais baixo possível, porém sem prejudicar as necessidades cotidianas da família.

Conforme aponta Cecília, o valor total recebido e agora disponível deverá ser dividido para pagar o total de custos e despesas. “Por exemplo, caso seja adquirido R$10.000,00 e o total dos custos seja de R$1.000,00, haverá 10 meses 'garantidos' em que a família terá condição de se manter”, orienta.

Outra dica importante é poupar alguma quantidade do montante, por menor que seja, caso seja possível

“Essas ações conjuntas possibilitarão tranquilidade ao elaborar estratégias de obtenção de nova recolocação no mercado de trabalho, temporária ou permanente”, completa.

Em relação ao Natal, a ceia de uma pessoa desempregada pode ser simples e ter muita criatividade. “Afinal, o mais importante é ter quem se ama ao lado, visto que isso acaba por fortalecer a tranquilidade no lar”, finaliza.

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