segunda-feira, novembro 14, 2016

Prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais na luta contra o diabetes


Cerca de 415 milhões de pessoas são portadoras de diabetes ao redor do planeta. A estimativa é da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Dia Mundial do Diabetes, comemorado no dia 14 de novembro, é uma oportunidade para as pessoas refletirem sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, conforme apontam especialistas e até mesmo os portadores da doença, que não tem cura.

A data foi instituído pela Federação Internacional de Diabetes e pela OMS, com o objetivo de conscientizar a prevenção e alertar sobre os perigos da doença, que pode levar o paciente a óbito, caso não haja tratamento e acompanhamento.


De acordo com o presidente do departamento de diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o médico endocrinologista Walter Minicucci, o diabetes é, hoje, a principal causa de amputação de membros inferiores e uma das principais causadoras de cegueira e insuficiência renal, entre outros problemas.

Ele alerta que fatores que os fatores que favorecem o crescimento da doença são a obesidade, o ganho de peso, o sedentarismo e a alimentação inadequada. “Tudo isso é fator de risco para o diabetes tipo 2, que é o mais frequente e também aquele que pode ser evitado”, explica.

O endocrinologista João Salles, da Sociedade Brasileira de Diabetes, explica que existem dois tipos de diabetes. O diabetes Tipo 1 é considerado uma doença autoimune que se manifesta geralmente na infância ou adolescência. Já o diabetes Tipo 2 é o mais comum e acomete cerca de 90% dos portadores, estando ligada à obesidade e a possíveis fatores genéticos, mas pode ser evitada com hábitos saudáveis.

“Pessoas com mais de 40 anos, obesas, principalmente com a circunferência abdominal elevada, com pressão alta, altas taxas de triglicérides e com o HDL, o colesterol bom, baixo, devem ficar mais atentas, pois estes são fatores de risco do diabetes Tipo dois”, ressalta o especialista.

Grupo no Facebook orienta sobre a doença
O arte-educador José Caramez, portador da doença há mais de 40 anos, resolveu criar um grupo no Facebook para auxiliar as pessoas sobre o diabetes, via compartilhamento dicas, orientações e artigos acadêmicos.

O GDP – Grupo de Informação do Diabetes – existe há cerca de um ano e já conta com 1800 membros, entre diabéticos e não diabéticos.

Segundo Caramez, a ideia de criar o grupo surgiu em um dia que estava no posto de medicamentos para buscar remédios para a doença. Ao ver a grande quantidade de pessoas perguntando sobre a doença para o atendente, começou a pensar em uma maneira de compartilhar seu conhecimento com mais gente.

“Eu ouvia aquilo e pensava: nossa, como as pessoas são carentes de informação”, relembra. Morador de Pindamonhangaba (SP) desde 2002, Caramez achou que havia chegado a hora de contribuir com os moradores da cidade que enfrentam o drama da doença. “Tenho conhecimento e posso dar uma certa consultoria, pelo menos até as pessoas se estabilizarem e conseguirem atendimento pelo SUS”, pensou, na época.

A facilidade de acesso à informação proporcionada pela internet levou Caramez a criar o grupo, para a disseminação de conteúdo de referência sobre o diabetes. “Tenho vários links de vários grupos especializados no assunto, que trazem notícias acadêmicas para nós. A informação hoje está para todo mundo, basta buscar”, justifica.

Dentre os conteúdos disseminados no grupo, ele destaca informações sobre a doença, novidades na área de medicamentos e de tratamentos.

Para Caramez, o grande diferencial do grupo é o apoio aos membros. Caramez faz isso pessoalmente disponibilizando seu WhatsApp para responder a dúvidas e questionamentos. “Não vi essa consultoria em outros grupos e aqui as pessoas têm um ponto de apoio”, salienta.

O administrador avalia a participação no grupo como boa, mas acredita que ainda há muito a crescer. “As pessoas estão publicando, reagindo. É essa maturidade que eu quero no grupo: que outras pessoas entendam a importância de disponibilizar um Whatsapp para um amigo diabético”, diz.

Na avaliação dele, o grupo está na fase da “puberdade”, mas deverá ter um amadurecimento quando chegar aos 3 mil ou 4 mil usuários.

Segundo o administrador, a ideia inicial é trabalhar com postagens como prevenção, cuidados, tratamentos, novidades e depoimentos de pessoas. O objetivo, mais para frente, é tornar o grupo um pouco mais abrangente.


Prevenção e orientação
Para Caramez, a orientação é um fator-chave para os portadores da doença. Por isso, o objetivo do grupo é sanar as dúvidas que as pessoas tenham ou venham a ter, uma vez que a doença é considerada “silenciosa”.

“Infelizmente, o nosso sistema de saúde não consegue suprir a demanda de carência de informação que se tem hoje”, opina. Segundo ele, isso acontece devido à grande quantidade de pessoas que os médicos precisam atender, o que torna as consultas muito rápidas e não oferece a possibilidade de se trabalhar a prevenção não só ao diabetes mas a outros tipos de enfermidade, como hipertensão.

Ainda segundo Caramez, o diabetes pode ser apresentar de várias formas diferentes. “As pessoas têm rotinas, padrões de alimentação e horários diferentes. Cada um vai ter que ter um tratamento específico para o seu caso e consequências também vão ser diferentes para cada um”, diz.

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