Por Deniele Simões
Mulheres que querem manter os cabelos lisos e desejam ter menos trabalho na hora de penteá-los. Esse é o perfil das pessoas que procuram pela escova progressiva – uma forma prática de alisamento capilar e que tem se tornado cada vez mais frequente entre as meninas.
“A
cada dia cresce a procura de gente mais jovem para esse tipo de
tratamento”, aponta o tricologista e dermatologista do Portal Minha
Vida, Valcinir Bedin.
Segundo
o profissional, o efeito da escova progressiva incide no cabelo em
função do tipo de produto utilizado. “Eles agem no interior do
fio, mudando a estrutura da queratina, deixando-a mais uniforme e,
portanto, o fio mais liso”.
Mas,
talvez, o que muitas pessoas não saibam é que a escova progressiva
pode causar danos irreparáveis, tanto para o profissional como para
a cliente, caso algumas substâncias tóxicas como o formol sejam
utilizadas.
O
uso do formol ou qualquer outra substância não autorizada pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no alisamento
capilar é considerado crime hediondo pelo artigo 273do Código
Penal. Os procedimentos ou
métodos para o alisamento capilar não são registrados pela
agência, apenas os produtos. Por isso é preciso ter cuidado na hora
de utilizar a técnica.
O
designer de cabelos Sylvio Alduino, de Campinas (SP), alerta que
embora o formol esteja proibido por lei, o uso desse tipo de produto
ainda é uma realidade em muitos salões pelo Brasil afora.
A
legislação sanitária permite o uso de formol e de glutaraldeído
em produtos cosméticos apenas na função de conservantes, com
limite máximo de 0,2% e 0,1%, respectivamente.
Porém,
não existe fiscalização nos salões quanto ao tipo de material
utilizado. “Mas, às vezes tem até mais. A gente vê que dá
irritação. Tem profissional
que utiliza o formol, não usa
luvas e às vezes vai perdendo até as digitais”, denuncia.
Alduino
relata casos de mulheres que chegaram a desmaiar enquanto faziam
escova progressiva. O profissional atribui esse tipo de ocorrência
ao uso de substâncias como glutaraldeído e formol além do
permitido pela Anvisa. “Na verdade, há marcas que falam que não
tem formol, mas têm.. Eles mudam o nome da substância”, denuncia.
Outro
fato que causa estranheza, segundo Alduino, é que vários salões
anunciam com frequência escova progressiva o custo de R$ 50, ou
seja, R$ 300 abaixo do valor de um tratamento convencional, com
substâncias permitidas.
Cuidados
especiais
Valcinir
Bedin informa que a escova progressiva não causa danos, se utilizada
dentro das normas estabelecidas pela Anvisa. “Agora, quando o
profissional ou o produto não são adequados, pode levar até a
quebra de todos os fios”, rechaça. Dentre as substâncias
liberadas para uso em escova progressiva, o tricologista destaca o
tioglicolato de amônia.
De
acordo com o tricologista, além do uso de produtos autorizados pela
Anvisa, outra recomendação importante é não fazer a escova
progressiva no máximo quatro vezes ao ano.
Já
Sylvio Alduino acredita que esse tipo de tratamento pode ser feito
até duas vezes a cada 12 meses, devido aos danos que provoca. Dentre
os problemas, ele destaca o aumento da oleosidade, com a formação
de caspa seborreia e a consequente queda dos fios.
Mesmo
assim, as meninas que querem fazer progressiva devem estar atentas a
algumas recomendações. Uma das principais é a hidratação dos
fios. “Quanto mais você
hidrata, mais você prolonga a vida dessa progressiva”, ensina
Sylvio Alduíno. A hidratação ajuda, inclusive, a repor a queratina
e os polímeros do fio capilar, perdidos no processo de escova
progressiva. Pelo fato de as substâncias utilizadas alterarem a
fibra capilar, o recomendado é hidratar e cauterizar os cabelos no
próprio dia da escova progressiva.
Outra
dica do designer de cabelos é não tingir, fazer luzes ou qualquer
outro tratamento químico após a escova progressiva. O ideal é
aplicar os tratamentos no dia só, para que o processo de alisamento
não perca parte do efeito e não haja a necessidade de utilizar
produtos para abir a cutícula dos cabelos, que também causam
enfraquecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário