quarta-feira, outubro 05, 2016

Escova progressiva exige atenção redobrada



Por Deniele Simões


Mulheres que querem manter os cabelos lisos e desejam ter menos trabalho na hora de penteá-los. Esse é o perfil das pessoas que procuram pela escova progressiva – uma forma prática de alisamento capilar e que tem se tornado cada vez mais frequente entre as meninas.

A cada dia cresce a procura de gente mais jovem para esse tipo de tratamento”, aponta o tricologista e dermatologista do Portal Minha Vida, Valcinir Bedin.
Segundo o profissional, o efeito da escova progressiva incide no cabelo em função do tipo de produto utilizado. “Eles agem no interior do fio, mudando a estrutura da queratina, deixando-a mais uniforme e, portanto, o fio mais liso”.

Mas, talvez, o que muitas pessoas não saibam é que a escova progressiva pode causar danos irreparáveis, tanto para o profissional como para a cliente, caso algumas substâncias tóxicas como o formol sejam utilizadas.

O uso do formol ou qualquer outra substância não autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no alisamento capilar é considerado crime hediondo pelo artigo 273do Código Penal. Os procedimentos ou métodos para o alisamento capilar não são registrados pela agência, apenas os produtos. Por isso é preciso ter cuidado na hora de utilizar a técnica.

O designer de cabelos Sylvio Alduino, de Campinas (SP), alerta que embora o formol esteja proibido por lei, o uso desse tipo de produto ainda é uma realidade em muitos salões pelo Brasil afora.

A legislação sanitária permite o uso de formol e de glutaraldeído em produtos cosméticos apenas na função de conservantes, com limite máximo de 0,2% e 0,1%, respectivamente.

Porém, não existe fiscalização nos salões quanto ao tipo de material utilizado. “Mas, às vezes tem até mais. A gente vê que dá irritação. Tem profissional que utiliza o formol, não usa luvas e às vezes vai perdendo até as digitais”, denuncia.

Alduino relata casos de mulheres que chegaram a desmaiar enquanto faziam escova progressiva. O profissional atribui esse tipo de ocorrência ao uso de substâncias como glutaraldeído e formol além do permitido pela Anvisa. “Na verdade, há marcas que falam que não tem formol, mas têm.. Eles mudam o nome da substância”, denuncia.

Outro fato que causa estranheza, segundo Alduino, é que vários salões anunciam com frequência escova progressiva o custo de R$ 50, ou seja, R$ 300 abaixo do valor de um tratamento convencional, com substâncias permitidas.

Cuidados especiais
Valcinir Bedin informa que a escova progressiva não causa danos, se utilizada dentro das normas estabelecidas pela Anvisa. “Agora, quando o profissional ou o produto não são adequados, pode levar até a quebra de todos os fios”, rechaça. Dentre as substâncias liberadas para uso em escova progressiva, o tricologista destaca o tioglicolato de amônia.

De acordo com o tricologista, além do uso de produtos autorizados pela Anvisa, outra recomendação importante é não fazer a escova progressiva no máximo quatro vezes ao ano.

Já Sylvio Alduino acredita que esse tipo de tratamento pode ser feito até duas vezes a cada 12 meses, devido aos danos que provoca. Dentre os problemas, ele destaca o aumento da oleosidade, com a formação de caspa seborreia e a consequente queda dos fios.

Mesmo assim, as meninas que querem fazer progressiva devem estar atentas a algumas recomendações. Uma das principais é a hidratação dos fios. “Quanto mais você hidrata, mais você prolonga a vida dessa progressiva”, ensina Sylvio Alduíno. A hidratação ajuda, inclusive, a repor a queratina e os polímeros do fio capilar, perdidos no processo de escova progressiva. Pelo fato de as substâncias utilizadas alterarem a fibra capilar, o recomendado é hidratar e cauterizar os cabelos no próprio dia da escova progressiva.


Outra dica do designer de cabelos é não tingir, fazer luzes ou qualquer outro tratamento químico após a escova progressiva. O ideal é aplicar os tratamentos no dia só, para que o processo de alisamento não perca parte do efeito e não haja a necessidade de utilizar produtos para abir a cutícula dos cabelos, que também causam enfraquecimento. 

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