A figura de Jean Lagarrigu, criada na década de 1970, mostra bem o que representa a polêmica do Wikileaks.
Pela definição da própria Wikipédia, o WikiLeaks é uma organização transnacional sem fins lucrativos que publica, em seu site, posts de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis.
Geralmente, as postagens garantem o anonimato dos autores e, por isso mesmo, muita coisa podre já foi exposta ao mundo através do site, como ser mostrada pelo site, como um vídeo que exibe um helicóptero norte-americano matando pessoas inocentes no Iraque, dentre eles jornalistas que estavam trabalhando.
Pelo fato de tornar pública muitos atos sórdidos, obscuros e suspeitos, por terem sido praticados por autoridades internacionais conhecidas é que o site vem sendo questionado, obviamente.
É lógico que, quando se falava em Internet há 10 anos, ainda não existia legislação específica para crimes digitais. Esse foi um processo lento, que se formou aos poucos, para suprir a demanda de crimes cometivos pela net.
Porém, quando se fala em jornalismo, nunca é demais lembrar que a grande parte dos repórteres que fazem um trabalho mais investigativo conseguem informações em off, de fontes que pedem para não aparecer.
Quantas vezes já soube do fato de colegas - e eu mesma - que receberam informações quentes, em envelopes lacrados, que foram estrategicamente depositados no jardim de suas residências, ou mesmo na porta da redação, em envelopes lacrados.
É óbvio que o bom repórter, quando recebe um material desses, vai checar tudo direitinho.
Na era da informação rápida, o Wikileaks tem servido como um verdadeiro repositório de pautas para os jornalistas que, por sua vez, fazem todo o trabalho de checagem.
Sob o ponto de vista jornalístico e da liberdade de expressão, portanto, o Wikileaks é uma ferramenta de extrema utilidade. Sobretudo se formos levar em consideração que as informações ali veiculadas dificilmente chegariam às mãos da imprensa.
É o chamado espaço para "jogar a merda no ventilador".
Mas, sob o ponto de vista ético e moral, é uma outra questão a ser debatida.
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