A decisão é de cada uma, mas posto aqui um texto escrito por uma colega de profissão que poderá auxiliar no momento do voto.
É só colocar os dois lados na balança e depois pesar.
Se o peso for igual, existe a possibilidade de anulação do voto e, caso ela esteja com a maioria, poderá provocar a anulação do pleito.
Sonhos em pauta...Em alguns dias nosso país escolherá o seu próximo presidente. Muitos dizem que "isso não irá mudar nada". Mas, como acreditar nisso se em cada grão de feijão que comemos diariamente está a mão do governante, da figura do presidente. Claro, ele não faz isso sozinho – estamos no presidencialismo (para mim uma boa forma de governo, há quem conteste) -, o presidente irá precisar da chamada governabilidade, Senado e Câmara.No cenário atual temos dois candidatos: Serra (PSDB) e Dilma (PT).Minha opinião muitos de vocês já conhecem e nem pretendo a expor mais uma vez, seria deverás desgastante. Quero apenas comentar em minhas milongas a situação em que vivemos.De um lado temos São Paulo e sua prepotência – não falo com rancor, nasci e me criei nesse Estado, devo muito a esse chão -, e do outro temos o PT e o Nordeste – de onde também tenho raízes. Mas, por que essa divisão? Esse país rachado?A resposta não é tão simples, são feridas mal curadas, sonhos não vividos, respostas não dadas. O Brasil é continental e suas pobrezas e misérias também, mas isso, isso meus caros, ninguém quer dividir. Todo mundo quer dividir os lucros do petróleo, as riquezas amazônicas, brigam em rede pública por isso, mas o analfabetismo e a fome ninguém quer dividir – ninguém quer ajudar -, afinal isso não lhes pertence.Hoje a fome diminuiu - e não sou eu que digo, são os números -, mas ainda aflige muitas barrigas e a pergunta que me faço todos os dias é : Como há pessoas que vivem sem pensar nisso ao menos uma vez por dia? Eu, talvez por minha formação ou mesmo minha personalidade, penso nisso várias vezes por dia. Diante das urnas essas lacunas brasileiras – fome, analfabetismo, desigualdade, violência e descaso – vêm em minha mente com freqüência. As urnas irão decidir o nosso futuro , não só o meu que tenho casa própria, carro na garagem e faço no mínimo três refeições por dia, mas de todos, de uma nação de famintos de corpo, mente e espírito.Por isso, vamos pensar. Há um amigo meu que costuma dizer que em política nós não podemos ser "emocionais". Eu, como boa corinthiana, discordo e concordo em partes. Claro, que é preciso pensar, somar, multiplicar, dividir e comparar (sem dúvida Marx, Smith,Rousseau e toda sua turma não foram em vão). Mas, acima de tudo isso, primeiro (pelo menos para mim) é preciso pensar com sentimento humanitário, sem egoísmo. É preciso votar pelo todo, não por você, por sua família e por sua região, mas por uma nação – somos um país só!O que seria de São Paulo se não fossem os nordestinos? O que seria da economia carioca se não fosse a nossa Petrobrás? O que seria do nosso meio ambiente se não fosse a nossa região Norte resistir bravamente a grileiros e latifundiários?Para todas essas perguntas, há somente uma resposta: Somos um só! Um único país, e precisamos votar pensando nisso.Os termos direita e esquerda andam meio demodê, mas eles existem. Não vamos nós deixar enganar. Ambas as linhas políticas erram, e erram feio. Somos provas disso, mas cada uma fez a sua história e conseguiu as suas conquistas, agora cabe a você pensar quem de alguma forma, de alguma maneira, qual delas nós viu como cidadãos iguais – nordestinos, paulistanos, gaúchos e etc -, quem nós viu como gente, e não números. Quem escalou degraus rumo a igualdade social – que ainda está longe, mas um dia vamos chegar lá, assim espero!Pense, pense, pense e acima de tudo sinta!PS: por favor, como jornalista não posso deixar de dizer isso; grandes jornais, revistas e TVs tem seus interesses próprios. Não são os donos da verdade. Muitas vezes e na maioria delas os jornalistas não escrevem o que querem, escrevem o que os donos das empresas mandam, é a verdade deles - na maioria das vezes ela não é a nossa verdade. Não estou desmerecendo o trabalho da imprensa brasileira, muito pelo contrário, faço parte dessa classe trabalhadora, mas como tal, tenho a consciência de dizer que muito precisamos evoluir para ter uma imprensa séria e no mínimo honesta.Thaís Almeida
Um comentário:
Excelente texto selecionado pela jornalista Deniele. A Thais foi muito feliz em sua elaboração. Quando afirma que "Hoje a fome diminuiu - e não sou eu que digo, são os números", temos que nos lembrar que são colheitas de semeaduras feitas lá atrás. Por exemplo, quando Collor abriu os portos, nossos preços desabaram, ágios, vendas casadas, sonegação de produtos, etc. foram banidos. Pena que a esperteza da equipe não tenha permitido a continuidade do aperfeiçoamento.O mesmo ocorreu no Governo Itamar. A alta inflação penalizava apenas os mais fracos. O plano Real foi a sementinha que gerou os frutos que hoje colhemos. Pena, novamente, que a esperteza prevaleceu. Mesmo com a gastança desenfreada, aparelhamento do estado e das estatais, inchaço da máquina pública, ineficiência dos gestores públicos, índice de corrupção das maiores do mundo, carga tributária assustadora, bitributação, esgotamento das nossas riquezas através do endividamento interno e seus juros estratosféricos, três trilhões, (1,5 de juros e 1,5 de saldo devedor, seria isto?) etc., migalhas são servidas aos mantenedores deste estado cleptocrático. Realmente precisamos evoluir, pena que não viverei para presenciar a tão necessária evolução.
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