quinta-feira, setembro 09, 2010

O retorno do voto de cabresto?


Estava aqui relembando dos tempos em que as pessoas votavam em cédulas. Tempos remotos esses.

Aliás, um sistema que utilizei apenas uma vez, quando participei da minha primeira eleição, com 16 anos de idade.

O sistema de voto através de cédulas manuais era bastante duvidoso, pois levantava suspeitas, principalmente no que diz respeito a fraudes eleitorais e ao chamado voto de cabresto.

Para quem não se recorda ou nunca ouviu falar, a expressão designava nada mais nada menos do que aquele tipo de sujeito que vendia seu voto por camisetas, cestas básicas ou qualquer outro tipo de agrado. Só que, no dia da eleição, o político achacador tinha regalias e, portanto, conseguia saber se o "carinha" realmente havia cumprido com seu voto.

Recordo-me que, em 1996, quando a urna eletrônica começou a ser utilizada, inúmeras discussões surgiram acerca da possibilidade ou não de violação do sistema. Muitos achavam, inclusive, que a nova forma de votar estava suscetível a fraudes, que poderiam ou não ser criadas por aqueles que estavam no controle da situação.

Quase 14 anos se passaram e o sistema de voto eletrônico passou a vigorar em todo o território nacional, inegavelmente trazendo avanços como a redução no tempo do voto, a diminuição no número de filas e, sobretudo, mais agilidade na apuração dos resultados.

Agora, técnicos ligados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vão testar mudanças nas urnas eletrônicas, proporcionando que o eleitor seja identificado por meio de suas impressões digitais no momento do voto.

A alegação do TSE é que o novo sistema impedirá fraudes de eleitores que tentam se passar por outras pessoas no momento do voto.

Ora, se o atual sistema - que já chegou a ser criticado e pode, sim, ser violado, caso os mandantes do jogo tenham interesse (mas isso será assunto para um outro post) - teoricamente não permite fraudes dessa natureza, para que implantar a tal da biometria?

Imagem: TRE

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