das ruas, mas pode haver um lado muito legal
nisso tudo - é uma questão de ótica
Pressa; aglomeração; vontade de acertar; querer o melhor pra si, muitas vezes esquecendo-se do próximo; precipitação; fé inabalável; deixar tudo sempre para a última hora. Palavras e expressões como essas definitivamente continuarão marcando a vida de milhões de brasileiros em 2.010.
A poucos minutos do dia 1º de janeiro, fica nítida a impressão que pouco mudará dentro de cada um de nós.
Dá para acreditar que o individualismo continuará marcando o comportamento de grande parte de todos nós no ano que se anuncia.
Mas virada do ano é sempre virada - e muito mais disputada nas cidades do Litoral. Formam-se filas nas estradas, nos postos de gasolina e nos terminais rodoviários em busca de cada destino. Aqueles à beira-mar são os preferidos da "galera", que se amontoa, anda rápido e não vê a hora de chegar.
Todo ano esse tipo de situação se repete. E duvido que na virada de 2.010 para 2.011 será diferente.
Problema, então, é quando o tempo não ajuda.
Para tomar como exemplo, cito o Litoral Sul Fluminense, onde estou hospedada neste momento.
Devido ao cansaço da viagem - que em função da época pulou de três para quatro horas de duração - e ao fato de não ver o povo há um bom tempo, fui dormir tarde e, consequentemente, acordei mais tarde que o habitual.
Quando se tem folga do trabalho isso é salutar e não soa tão mal....
Mas, voltando àquilo que eu queria contar, recordo que, após ter me instalado, precisei resolver algums probleminhas na cidade, comprar a passagem de volta e, no trajeto, o "tino" de jornalista me fez observar algumas situações peculiares.
Com a tal da Mega Sena acumulada em R$ 435,3 milhões, as filas na única lotérica da cidade eram enormes, apesar da chuva.
População e turistas amontoavam-se dentro e fora da "casinha", numa fila que dobrava a esquina, onde capas de plástico e guardas-chuva davam o ar da graça.
Aliás, os ambulantes e lojas de R$ 1,99 devem ter faturado horrores vendendo capinhas confeccionadas com aquele plástico tão mole que quase rasga e aqueles guardas-chuva fabricados lá na República "Popular" da China - o trabalho semi-escravo explica o preço baixo de grande parte dos produtos.
O foco aqui não é o povo chinês - quem sou eu para julgar isso - mas as proporções da cena que vi. Dezenas de pessoas querendo fazer uma "fézinha", pensando em melhorar o life style no ano que vem, idealizando bens materiais, fartura e uma vida sem dificuldades financeiras.
Isso é comum a todo ser humano e, no caso do brasileiro, comprova aquela máxima de que "a esperança é a última que morre".
Além de "não deixar a peteca cair" e ter a "fé inabalável" de que aquele sorteio pode mudar uma vida, cada um dos integrantes daquela fila fez perpetuar um costume inerente a nosso povo: o ato de deixar tudo para a última hora.
Foi o que pensei quando vi aquela fila - circunstância que já ocorreu em várias outros sorteios ao longo de 2.009 e, sem dúvida, deverá continuar em 2.010. Afinal, estamos no Brasil.
No caminho para a rodoviária, fui pensando na viagem de volta para casa - a quantidade de filas que irei pegar e o tempo a mais que deverei ficar dentro do ônibus, por conta do feriadão prolongado.
Quando chego perto do guichê, mais uma fila. Pensei: "muita gente deve estar comprando a passagem de volta, para o domingo (3)". Mas, para minha surpresa, 80% das pessoas que estavam lá queriam o bilhete para hoje mesmo.
O desejo da maior parte deles era voltar para casa, por causa do mau tempo. E muitos, ainda, reclamavam porque teriam que esperar pelo menos três horas para embarcarem.
Por que será que a gente quer sempre tudo na hora? Por que gostamos tanto de reclamar quando é preciso esperar? É a tal da pressa. É o chamado individualismo.
Não posso negar que, às vezes, também tenho meus momentos de nervosismo quando sou obrigada a esperar. Mas, como diria o "Bam Bam", "faz parte"!
Eu é que não vou voltar pra casa hoje, só porque está chovendo. Negativo. Vou tentar aproveitar o meu último dia de 2.009 e a minha virada de ano da melhor maneira possível - faça chuva ou noite estrelada.
chuva não dá trégua
Aliás, vou tentar nada. Se eu disser que vou tentar, fica só na tentativa mesmo.
Acho que preciso dizer que "irei fazer".
Que se fervam a chuva e o mau tempo. É o momento de atrair coisas positivas, de vibrar mentalmente em direção ao bem e ao "novo".
Idealizar novos comportamentos, novas atitudes e implementar costumes diferentes.
Essa será a minha meta para 2.010. Será que todos nós conseguiremos agir assim?
Fica lançada no ar a sugestão.
Que 2.010 seja "mara" para todos nós!!!
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