De moda a invasão de privacidade

Já que moda tem tudo a ver com comportamento, vamos falar um pouco sobre o Orkut, a rede virtual de relacionamentos que se tornou febre a partir de 2004 e, ao mesmo tempo em que perde membros, conquista novos adeptos.
Considerações a parte, o fato é que, desde sua invenção, o Orkut vê o seu número de usuários crescendo assustadoramente (especialmente no Brasil). Essas pessoinhas entram na rede à procura de popularidade, fazendo valer a tônica do "quanto maior o seu número de amigos, mais popular você é".
Eu mesma já fui vítima dessa ânsia e aceitei o convite de pessoas em busca de ascensão. Só que, quando me encontrvam na rua, muitas delas sequer me cumprimentavam.
Que coisa mais impessoal, não é mesmo?
E, em meio a esse crescimento, o Orkut foi se tornando mais e mais visível, até que despertou o interesse da gigante Google, que o adquiriu.
Após a aquisição, a empresa foi empreendendo uma série de modificações na rede, que indiscutivelmente melhoraram o acesso e, agora, proporcionam aos usuários tomar conhecimento, em tempo real, de quase tudo o que acontece com os seus amigos.
Mas, analisando a fundo essa questão, o que interessaria para uma pessoa que só me quer como amigo para fazer número, saber sobre os vídeos, fotos e outos itens que adicionei ao meu perfil?
Praticamente nada.
Por isso, uma palavra parece estar sendo cada vez mais utilizada nessa brincadeira toda: o orkuticídio.
O significado dela? Excluir ou pretender excluir sua conta no sistema.
Cetamente, uma atitude das mais acertadas, que tem servido como alternativa para quem já não aguenta mais tanta hipocrisia e, por não ter tido a coragem de dizer não para aqueles pseudo-amigos, acaba expondo sua vida àqueles que não estão nem aí para você e só se preocupam com números.
E aqueles que ainda não praticaram o tal do orkuticídio?
Esses continuam expondo suas vidinhas por aí; mostrando fotos, vídeos, informações pessoas que serão acessadas por sei lá quem.
Aliás, assim que postados na rede, esses dados praticamente passam a ser públicos. Mas, e quem faria o papel do estado nessa analogia que traçamos?
De fato, a Google. Resta saber se trata-se de um estado totalitário ou não.
Ainda que ele seja democrático, é um fato a se pensar.