Artista posa com tela que retrata a cidade de Itapevi, na Região Oeste da Grande São Paulo |
Mostra acontecerá de 22 de setembro a 15 de dezembro, com entrada franca
A charmosa cidade de Santana de Parnaíba receberá, entre os
dias 22 de setembro e 15 de dezembro, a exposição “Simbora de mala e cuia”, com
obras que retratam a trajetória da artista plástica de Alphaville Marilene Gomes.
Um dos principais expoentes da arte naïf e detentora de
inúmeros prêmios, Mari apresentará um apanhado de mais de 80 obras que retratam
a sua trajetória como artista ainda criança, quando morava em Paulista, sua
cidade natal, localizada no Litoral Norte de Pernambuco.
“A exposição vai contar tudo o que eu vi na minha infância,
toda história do colorido que presenciai nas festas de carnaval e nas festas
juninas”, revela a artista.
Segundo Marilene, além de trazer muitas cores vivas, a
mostra vai reunir sonhos. “Vão vir quadros que eu tenho guardados como acervo,
pelos quais eu fui premiada, frutos de muitas coisas que eu trouxe da infância.
Vou tentar mostrar isso para as pessoas”, explica.
Dentre as premiações de Mari, são destaque a Menção Honrosa
na Bienal de Piracicaba e Bienal Internacional do Brasil. Além disso a artista
foi premiada no Salão do Folclore de Olímpia.
O público vai poder conferir as obras que lhe renderam esses
prêmios na exposição, que conta com a curadoria da especialista Majô Ferreira.
Cores e memórias
Mari define-se como uma artista naïf autodidata. Por isso,
suas obras são repletas de detalhes que identificam paisagens e cenas do
cotidiano, com expressões fortes, retratando ao máximo as cores em seu estado
mais puro.
O primeiro contato com as tintas veio após um período de
muita tristeza, com a perda da mãe, aos seis anos de idade. “Pinto desde os
nove anos de idade, retratando as cores do mar e do céu, as multidões, a
cultura negra e tudo aquilo que me impressiona”, recorda a artista.
A emoção, aliás, é o ingrediente que impulsiona o trabalho dessa mulher forte, intensa e cheia de energia, que veio de Pernambuco sozinha, com os três filhos, para desbravar a cidade de São Paulo.
Tela de Mari Gomes retrata Santana de Parnaíba |
Da cultura nordestina, Mari traz lembranças dos carnavais,
dos caboclos de lança, dos pastoris e outros elementos que caracterizam as
festas pernambucanas.
Para a exposição, a artista selecionou não só os trabalhos
mostrando as paisagens nordestinas, como telas que retratam a paisagem urbana
da cidade de São Paulo.
Dentre os cenários paulistanos estão o metrô da Barra Funda,
que rendeu à artista a capa da Bienal do Sesc de Piracicaba (SP), a Estação da
Luz – também retratada em livro do Sesc – e os prédios da Câmara Municipal de
São Paulo e dos Correios.
Mari faz menção especial à tela que retrata o prédio dos
Correios, que influenciou a artista a criar uma tela que conta a história do
Sedex, desde o momento que o carteiro sai do local até a chegada às casas das
pessoas.
Além de prédios históricos, Mari ainda retrata elementos
como o trânsito caótico, aglomerações de pessoas e moradores aninhados sob
pontes e viadutos nas áreas centrais da cidade.
Mari também destaca em suas obras detalhes das cidades da Região Oeste da Grande São Paulo, com telas dedicadas a Itapevi, Santana de Parnaíba, Barueri e Carapicuíba.
Sobre a cultura negra, a artista é enfática ao dizer que a
influência dos negros na arte, na dança e na gastronomia perpassa para as telas
que remetem à alegria de um povo que, mesmo sem dinheiro, é motivado pelo toque
do pandeiro.
Vernissage
A exposição será aberta em uma vernissagem para convidados,
no próximo dia 21, em um casarão histórico no Centro Histórico de Santana de
Parnaíba. Após a inauguração, a mostra será aberta ao público com entrada
gratuita, a partir do dia 22.
O evento conta com apoio da Secretaria de Cultura da cidade
de Santana de Parnaíba.
Serviço
Data: 22/9/2022 a 15/12/2022
Endereço: Largo São Bento, 50 – Santana de Parnaíba (SP)
Horário: de terça a domingo, das 10 horas às 21 horas